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mIRC

por Samuel Garcia Portugal, em 16.06.16

O mIRC... não faço ideia da idade do público deste blog. Muitos, especialmente os mais novos, podem não fazer ideia do que era/é o mIRC.

mIRC quer dizer Microsoft 'moo', ou talvez MU Internet Relay Chat (eu achava que o 'm' era de Microsoft, mas fui corrigido). Basicamente era onde as pessoas conversavam antigamente. Antes de haver msn Messenger, Skype, Facebook Messenger, WhatsApp e outras coisas.

Hoje em dia não existe nada como o mIRC, não exatamente como era. Existem outras plataformas que permitem fazer o que muita gente lá fazia. O mIRC tinha uma combinação de Chatroulette com Messenger, mas era muito mais do que isso.

O mIRC tinha "salas". Cada sala tinha um tópico. Normalmente as salas eram abertas e podia lá entrar qualquer pessoa. Cada sala tinha ops e voices, que eram as pessoas que moderavam as conversas. Podíamos lá estar simplesmente na conversa de um tópico, ou começar a conversar diretamente com uma pessoa.

"oi! dd tc?" -> Oi! De onde teclas?

Deve ter sido das frases mais escritas no mIRC.

mIRC_-_canal_uberlandia1.jpg

Eu usava o mIRC como modo de conhecer pessoas novas. Os canais não me fascinavam muito e por isso ia tentando meter conversa com as pessoas que estavam em algumas salas.

A esperança era conhecer raparigas, claro! Às vezes também ficava a conversar com rapazes. Mas as raparigas eram muito "fechadas" e muitas vezes não se conseguia conversar nada de jeito com elas.

Foi a partir de então que uma brincadeira na escola me deu uma ideia para me entreter enquanto estivesse em casa. Passei a fazer-me passar por rapariga. Criei um alter ego, com um nome (já não me lembro qual era), e muitas vezes fazía-me passar por rapariga. A certa altura muitas pessoas com quem conversávamos pediam fotos... Nessa altura tive de improvisar e ir buscar fotos de uma rapariga qualquer do hi5 (que era o Facebook da época) e usava várias fotos da mesma pessoa para dar mais credibilidade.

Nunca marquei encontros nem nada do género. A minha intenção era tentar descobrir um pouco mais sobre o mundo feminino. Fazer com que as raparigas se abrissem mais com outras raparigas. Muitas vezes também acabava por ficar a conversar com rapazes para tentar saber quais as taras do pessoal. Há gente muito maluca e preversa neste mundo (e eu sabia que já estava incluido numa fatia dos malucos, mas era uma criança diante de certas coisas que lia).

Uma das coisas interessantes foi quando descobri que muito provavelmente, várias das raparigas com as quais conversei eram rapazes. Imaginem o ridículo da situação: dois rapazes a fazer-se passar por raparigas para descobrir o mundo delas.

Mesmo quando depois surgiu o Messenger, e por vezes as conversas saltavam do mIRC para lá, eu criei uma conta específica do meu alter ego feminino para essas conversas.

Muitas destas coisas foram estúpidas, eu sei. Mas acabei por conseguir ajudar pelo menos uma rapariga. Alguém a quem eu revelei a minha identidade quando percebi que provavelmente não estava a fazer as melhores escolhas para a vida dela. Quero acreditar que a ajudei e que fiz diferença. Um dia conto essa história.

Quanto ao mIRC... da última vez que lá fui o canal mais populado era um canal de engates gay. Nada contra ;)

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Isabel e a mensagem

por Samuel Garcia Portugal, em 27.05.16

Depois de ums posts mais lights, voltamos às histórias de... "amor"

Lembram-se da Isabel?

A Isabel foi aquela rapariga que conheci no aniversário de uma colega minha, quando fomos ao cinema. Eu tinha 15 anos, ela tinha 12.

Como contei na altura criou-se logo uma empatia muito grande entre nós os dois e, depois de termos conseguido os números de telemóvel um do outro, passávamos a vida a mandar mensagens um para o outro. Falávamos um sobre o outro, aproveitámos para nos conhecer um pouco melhor, da maneira que dava para ir conhecendo.

A internet ainda não era tão facilmente acessível nem tão usado como meio de comunicação entre jovens, por isso as mensagens eram o método de mais fácil.

Muitas vezes nas nossas mensagens falávamos sobre estarmos juntos, quando isso poderia acontecer, o que iríamos fazer, como iríamos reagir... Havia toda uma fantasia em redor desse momento. Eu continuava bastante ingénuo no que diz respeito a "relacionamentos". Não sabia bem o que esperar.

Certo dia estava em casa, lembro-me que estava a ajudar o meu pai a fazer uma coisa no computador, e não tinha propriamente muito tempo livre para andar a trocar mensagens, especialmente com o meu pai ao lado. Mas para ela arranjava sempre maneira. Até que, no meio da nossa conversa, ela manda a seguinte mensagem:

Posso fazer uma pergunta?

Esta é aquela frase que sabemos que trás água no bico. Alguma coisa de bom não vem aí... Imensos pensamentos inundaram-me a cabeça mas não conseguia encontrar algo que pudesse fazer sentido. Como é natural respondi-lhe:

Claro que podes! O que queres saber?

Nada me preparava para a resposta dela. E quase me caiu tudo quando abri a mensagem seguinte:

texting_2416309b.jpg

Tu masturbas-te?

Eu o que? Mas espera, quantos anos tem ela? 12? Eu acho que quando tinha a idade dela nem sequer sabia o significado dessa palavra em específico. Fiquei em choque, nem sabia bem o que responder, mil sensações e pensamentos me vieram à cabeça. Aquela rapariga estava muito mais "à frente" que eu e era bem mais nova. Só me ocorreu responder.

Sim. Tu também o fazes?

Fiquei na expectativa. Com o coração a mil e a ter de ficar ali a ajudar o meu pai... Escapava-me quando podia, mas não estava totalmente livre... Enquanto a minha cabeça continuava sem parar ela respondeu-me.

Eu também! Vamos trocar mensagens para nos excitarmos um ao outro?

Mais um choque! Tu queres fazer o que? Tudo aquilo para mim era território novo. Ela acabava de abrir novos caminhos para eu explorar na minha sexualidade. E naquele momento o meu pai tinha-me chamado, estava quase impossível fazer aquilo. Fui tentando mandar mensagens quando podia... Estava a descobrir o que era o sexting sem sequer conhecer essa palavra. "Anda lá pai, despacha-te que eu tenho aqui umas mensagens para trocar", pensava eu. Aquilo parecia uma eternidade, mas eu tentava manter a conversa a rolar. Eis que fiquei livre e disse:

Pronto, agora já estou mais disponível...

Naquela altura o meu coração já palpitava ansiosamente pela resposta... Queria por todos os meios dar continuidade aquela experiência. Ela respondeu:

Demoraste muito. Agora já tratei do assunto. Mas podemos continuar a falar.

Eu não sabia bem o que pensar. Um novo mundo de curiosidade tinha sido aberto na minha mente. Naquela idade já sabia relativamente bem o que queria, já sabia bem o que sentia. Já sabia perceber o que me excitava numa rapariga, já tinha fantasias sobre o que podia fazer com elas... Nunca tinha pensado na sexualidade da perspectiva de uma rapariga. Um mundo novo se tinha aberto para mim, milhares de perguntas flutuavam na minha mente.

Nas semanas seguintes as nossas conversas giraram em torno daquele tema. Eu só queria ter oportunidade de fazer aquilo outra vez, sem interrupções, explorar aquele mundo novo.

As conversas foram evoluindo. Em algum tempo passamos das mensagens aos telefonemas. Ela telefonava-me para casa, quando eu estava sozinho, e fazíamos a mesma coisa mas por telefone. Alguém que era significativamente mais nova que eu (tendo em conta a idade que tínhamos) estava a mostrar-me coisas que eu não conhecia, que nunca tinha sequer ouvido falar.

Ao longo do tempo ela nunca deixou de me surpreender e houveram mais algumas mensagens dela que me continuaram a deixar sem reação, nomeadamente:

Quero-te fazer um broche!

Como? Mas as raparigas agora é que tomam todo este tipo de iniciativa? Será que sou eu que me dou com as raparigas erradas? - Isto era tudo o que eu conseguia pensar naquelas alturas.

Em relação a esta última mensagem, ela depois explicou-me o motivo de tal vontade durante uma das nossas conversas telefónicas. Nada que me deixasse menos escandalizado mas, segundo ela, e aí não por estas palavras porque ao telefone a vergonha era outra, explicou que já lhe tinham feito um minete (sim, leram bem...) e ela tinha ficado com vontade de experimentar o inverso, de retribuir... Volta e meia ela mandava-me essa mesma mensagem, não necessariamente com as mesmas palavras, mas com o mesmo sentido.

A nossa história continuou por mais alguns anos, com altos e baixos, e com mais alguns momentos que valem a pena serem contados mais tarde...

 

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Primeira Paixão, Primeiro... Amor?

por Samuel Garcia Portugal, em 05.04.16

Aviso Prévio - Este post provavelmente vai ser bastante longo, mas eu acredito que vale a pena, especialmente para os interessados em seguir o blog.

 

Este foi um acontecimento que mudou a minha vida. Tão curto temporalmente, mas tão intenso. Foi um acontecimento daqueles que marca um "antes" e um "depois" na vida das pessoas.

Tinha 15 anos e tive a oportunidade de ir com um grupo (recreativo), ao Brasil, por um período de cerca de três semanas. Uma espécie de intercâmbio.

Tudo em mim queria aproveitar aquela experiência tanto quanto possível. Conhecer, viver, absorver tudo quanto pudesse. Era a minha primeira grande viagem para fora do país. Contava os dias para poder ir.

Na altura que fui de viagem, encontrava-me a... "namorar" com uma rapariga chamada Soraia. Uma história complicada que contarei noutro post, para encaixar nesta. Mas digamos que, de todas as relações a que chamei "namoro" aquela foi o que menos se assemelhou a isso. De qualquer maneira é relevante a informação.

Eu era dos mais novos do grupo. Apesar de ter bastante gente jovem, a maioria tinha idades entre os 16 e os 20 anos. Para os rapazes, estava a ser uma excitação pensar nas raparigas brasileiras, que tinham toda a fama que muita gente conhece de serem fáceis, ainda para mais com portugueses... É uma ideia que não se aplica a todas, mas posso dizer que há muitas que se encaixam nos dois estereótipos: tanto as que são efetivamente fáceis, como as que se deixam facilmente levar por um "portuga" tentando conseguir uma vida melhor na Europa do que no Brasil.

Contrariamente a tudo o que se podia esperar de mim, estava completamente alheado dessas situações. Não pensava minimamente nisso. Pela excitação da viagem em si, porque tinha tantas outras coisas para descobrir... e talvez porque, apesar de ser pinga-amor, sempre pensava nas relações a longo prazo, por mais curtas que algumas pudessem ter acontecido na minha vida. Eu era jovem e bastante imaturo, mas tinha algumas ideias bem formadas na minha cabeça.

Chegamos a uma quarta-feira e íamos ficar num grupo idêntico ao nosso que nos recebeu por lá. Algumas pessoas vieram receber-nos ao aeroporto. No caso, vieram umas três raparigas desse grupo brasileiro. O alvoroço entre os rapazes foi logo grande, mas eu praticamente nem me lembro de as ter conhecido.

Era uma loucura. Foi no fim de março, estava a começar o outono no Brasil. Estava quente, uns 30ºC... começou a chover. Fomos para o terraço da associação onde íamos ficar hospedados e tomámos banho de chuva. Isto só para dar uma ideia do clima de diversão que por ali havia.

Depois... Eu nem sei bem como as coisas se passaram. Lembro-me de alguns momentos chave. Estávamos sentados rapazes e raparigas, em cima do palco dessa associação a conversar. A trocar ideias, experiências, como eram as coisas lá e cá. E houve uma rapariga que me chamou à atenção, a Maria. Houve uma qualquer tema em que todos deram a sua opinião, e a nossa era absolutamente coincidente. Não saberíamos completar melhor as frases um do outro. Acho que foi aí que as coisas começaram. Pelo menos para mim. E depois fomo-nos descobrindo. Ela era 4 dias mais nova que eu. Tudo era um motivo para me sentir mais e mais atraído... E não havia nada de "físico" naquilo. Apesar de ela ser bonita, não era isso que me chamava. Cada vez mais as conversas faziam sentido, cada vez mais tinha vontade de estar com ela, falar com ela... E chegámos a sexta-feira.

Sim, foram três dias, se calhar nem isso, mas estávamos num ambiente muito fechado. Eu costumava comparar muito aquilo com o Big Brother, pelo menos com o primeiro BB português que foi o que eu vi, e que provavelmente foi o mais genuíno deles todos. Num ambiente assim, em que as pessoas estão 24h sobre 24h umas com as outras, as coisas acontecem de uma maneira diferente, com uma intensidade diferente. Especialmente sabendo que aquilo tem um prazo de fim.

Nós estávamos no Rio de Janeiro, e nessa sexta-feira à noite iríamos viajar para São Paulo, de onde só voltaríamos no domingo. Como falávamos sobre situações amorosas, com toda a gente, ou quando estávamos só os dois, lembro-me que tínhamos falado sobre quem deveria dar o primeiro passo: rapazes ou raparigas. Ou se as raparigas deveriam dar o primeiro passo, no caso de o rapaz não dar. Lembro-me de ela ter dito qualquer coisa como "Acho que os rapazes devem dar o primeiro passo e tento esperar, mas se ele não der, eu serei capaz de dar". Mas eu não quis deixar aquela oportunidade passar e antes de irmos, disse-lhe como me sentia. E foi recíproco.

Foi um fim de semana... "doloroso", onde nem consegui aproveitar bem tudo como queria, tal era a vontade de voltar a estar com ela, de falar com ela. Não precisava de mais. A maioria do pessoal do grupo já se tinha apercebido que havia qualquer coisa e não me deixavam em paz: "estás com saudades dela, não é?" - diziam eles.

Voltamos no domingo, mas apenas na segunda-feira tive oportunidade de voltar a estar com ela. Tanta emoção, tanta coisa para dizer... Ela não queria que aquilo fosse demasiado público por causa dos pais dela, e eu compreendi. Estar numa... relação que tem um prazo de validade (não que todas não tenham, mas o daquela era incrivelmente curto), com alguém que ela tinha conhecido há 5 dias...

Nesse dia (creio que foi nessa segunda-feira) fomos com algumas pessoas ao shopping que havia perto de onde estávamos.

Fomos com mais algumas pessoas, mas rapidamente nos separarmos. Por um lado porque as outras pessoas tinham coisas específicas para comprar, por outro para estarmos mais à vontade. Andámos um bocadinho e ela diz para irmos para o piso de cima. Pareceu-me uma cena estranha, "mas isso não é o parque de estacionamento?" - disse eu. "Não, não te preocupes" - respondeu ela.

Que ingénuo este rapaz. Era mesmo o verdadeiro totó.

Mal chegamos, percebi que era o parque de estacionamento, mas não percebi logo o que se passava, até que ela me puxou para perto de uma parede e nos beijámos.

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Tudo parou.

Nunca tinha sentido nada assim. Ficamos lá cerca de 30, 45 minutos talvez, e depois voltamos para a associação.

Todo eu era um misto de emoções. Todo o tempo foi pouco para estar com ela. Não tinha telemóveis ainda, não sabia os dias em que ela poderia vir e estar connosco (comigo, vá) ou não. Muitas vezes nem ela sabia. Passei a maioria dos dias sempre à espera que ela aparecesse. Nuns tive sorte, noutros nem tanto.

Na altura em que lhe contei como me sentia por ela, ela perguntou-me se eu tinha alguém em Portugal. Eu, com medo de não ter a oportunidade de viver aquilo, disse que não. Mais tarde não fui capaz de lhe esconder a verdade e contei-lhe o que se passava. Foi um momento mais difícil na nossa curta relação, mas que ela soube compreender. Afinal, o que é uma relação começada por SMS e onde nem se esteve com a pessoa depois de ela começar? (Sim, foi assim com a Soraia, mas como disse, depois conto o resto.)

Houveram dias realmente muito bons. Eu sentia-me bem e nem queria pensar na possibilidade de ir embora. O fim da viagem foi-se aproximando rapidamente. Houve uma festa, meio que de despedida. Lembro-me de termos chorado. Lembro-me de ter chorado quando disse adeus, de dentro do autocarro que partia para o aeroporto.

Lembro-me de ter chorado ao ler a carta que ela pediu para alguém me entregar no avião.

Lembro-me de ter chorado muitas vezes em casa depois de ter chegado.

Lembro-me de, durante algum tempo ter tido a esperança que ela viesse viver para Portugal (estava dentro dos possíveis planos dela).

Lembro-me também de, às vezes esperar encontrá-la numa qualquer esquina, e descobrir que ela estava a viver cá.

Mantivemos o contacto. No início por carta e e-mail, depois mais por e-mail e outros meios eletrónicos. Umas vezes mais frequentemente, noutras mais espaçadamente.

A paixão foi, ficou a recordação com extremo carinho daquelas três semanas. Passaram-se 14 anos desde que isso aconteceu, por volta desta altura. Somos pessoas completamente diferentes, a vida moldou-nos de maneiras diferentes. Mas nada poderá apagar aquela história.

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publicado às 17:53

Amores, paixões, desamores... e a Isabel

por Samuel Garcia Portugal, em 19.02.16

Para quem está a olhar para este blog, que está a começar, e olhar para a primeira história, pode pensar que isto vai ser um blog mais light, ou tranquilo, de um gajo a despejar problemazinhos e dilemas da vida.

Em parte estão certos. Mas a minha intenção é que vá para além disso. Quero contar histórias que vão ter continuidade de umas para as outras, que podem não estar por ordem cronológica, e que podem ser das coisas mais fofinhas, às coisas mais sexuais e brejeiras... sem censura.

Vou começar por introduzir a história da Isabel (os nomes vão ser sempre fictícios, espero nunca me enganar :P ).

Se não me engano tinha 14 anos, ia fazer 15. Estava no 9º ano. E a minha colega Vera convidou-me e a mais alguns amigos da escola para ir ao cinema com o intuito de festejar o seu aniversário.

Para além desse grupo da escola, a Vera levou também a sua prima Isabel. A Isabel tinha 12 anos, mas tinha corpo de 15, à vontade, e despertou logo em mim um interesse daqueles enormes (na altura não andava apanhado de verdade por ninguém).

Parece que a Isabel também se interessou por mim. Não falámos tanto como isso, mas dava para notar que ela tinha um certo interesse. Para uma rapariga com 12 anos ela era bem espevitada (e a ideia que tenho é que as coisas agora estão bem pior, não com ela, mas com as raparigas de 12 anos de hoje em dia). Durante o filme sentámo-nos juntos e uma das coisas que fiz foi oferecer pipocas, sendo que algumas foram dadas de forma muito fofinha na boca dela.

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Eu era um completo tótó nestas coisas. Fui durante grande parte da minha vida. Sempre fui muito docinho e daqueles gajos que ficam sempre na friendzone. Só bastante mais tarde na minha vida vim a ganhar alguma... "malícia". Mas isso fica para outros posts.

Nesse dia fui-me embora com a cabeça na Isabel, mas nem sequer fui capaz de lhe pedir o número de telemóvel. Pelos vistos depois passámos o resto do dia quer um, quer outro, a chatear a Vera para que nos desse o número um do outro. Ela muito se riu.

Tudo que se passou depois de termos o número um do outro mudou muitas coisas da minha adolescência, a maneira como via as coisas, o meu comportamento... E de uma maneira ou de outra ela sempre foi uma presença constante na minha vida, apesar de pessoalmente ter estado com ela provavelmente menos de 10 vezes...

P.S. Bastante tempo mais tarde, talvez anos mais tarde ela disse-me: "Passei aquele filme inteiro à espera que me beijasses...", mas eu era tão tótó.

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